Tolerar é o máximo do mínimo que você pode fazer?
Por Sat Meher Singh
Os Sutras Aquarianos foram concebidos por Yogi Bhajan para nos ajudar na transição entre a Era de Peixes para a Era de Aquário. São ensinamentos a serem incorporados em nossas ações, a serem, de fato, vividos por nós, pois é na realidade que eles revelam seu real sentido.
Entre os cinco sutras, o quarto diz para compreendermos a realidade através da compaixão ou não compreenderemos os tempos atuais. Esse sutra surge como um princípio, justamente, em uma realidade cujas mudanças acontecem de forma acelerada e cuja velocidade das transformações suscita em nós emoções que nos fazem retrair, como a insegurança, o medo e a desesperança. Parece que experimentamos uma espécie de estagnação ou de apatia diante do movimento incessante dos eventos. Não sabemos para onde ir, não sabemos em que nos apoiar.
Sabedor desse cenário, Yogi Bhajan nos convoca à conexão com a realidade a partir da compaixão. Ele não cita a tolerância, mas sim a compaixão. Compadecer-se é cruzar uma fronteira em que outro lado marca o limite do território do que seria tolerar. As pessoas que julgam a tolerância como um valor a ser seguido, na verdade, estão apenas fazendo o máximo do mínimo. Elas continuam estáticas, tentando consolidar suas posições em equações de julgamentos sobre as mudanças e estabelecem que conseguem tolerar aquilo que lhes apresenta como diverso, mas ainda estão presas a um espaço conhecido: elas mesmas.
Nesse sentido, se compadecer é um ato de coragem revolucionário, justamente porque escolhemos abrir mão daquilo que nos prende a fim de nos lançarmos ao desconhecido que é o outro. A compaixão é o ponto de partida para as nossas relações com o outro. Seja esse outro como for, do tamanho que for, da profundidade que for, o nosso coração estará estendido como pontes capaz de deixar uma mensagem clara sobre o que significa caminhar sustentando os valores éticos universais.
Diz-se que tolerar é o máximo do mínimo, acrescento que se compadecer é o mínimo do máximo. Comecemos a enxergar a realidade a partir da compaixão se quisermos andar no compasso do tempo e não ficarmos para trás.
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