[GSK] Vivendo para algo maior que si mesmo
Aula ministrada por Gurusangat Kaur Khalsa em 13 de março de 2020
[GSK abre a aula]
Dando sequência ao nosso livro, a aula de hoje é para liberar memórias doloridas do passado. Se tem um lugar no nosso corpo que realmente não funciona bem, quando apegado à memória de dor do passado, é o sistema imunológico. O sistema nervoso tem uma relação de antecipação e sofrimento com o passado. Ele antecipa o futuro – ansiedade – e dramatiza o passado – depressão. Quando o sistema nervoso fica num lugar ou no outro, o sistema imunológico perde a ligação necessária com o momento presente.
O único momento em que estamos em modo biológico de crescimento é quando estamos relacionados com o presente. Todas as vezes que estamos relacionados com o passado ou o futuro, estamos no modo de defesa. A aula de hoje almeja resgatar a nossa atenção para aqueles pontos nossos que se relacionam com as memórias muito difíceis. É uma liberação de carga para o sistema imunológico.
Kriya: Liberar memórias doloridas, do manual Rebirthing
Faremos uma meditação para permanecermos com a luz acesa em tempos como esse que estamos vivendo. Não estou falando do coronavírus, mas da situação com o Kundalini Yoga depois de tudo que aconteceu. Existe um sensor para ver onde a pessoa estava, se a pessoa que está passando por uma turbulência como essa – mas isso é mais um exemplo, porque passamos por isso durante toda a vida – e o fio, a fiação de sua luz, está enfiada na tomada do outro.
Se não temos a nossa própria tomada, metemos o nosso fio na tomada do outro. E se o outro apaga a luz... ficamos sem ela! É muito importante que usemos os ensinamentos para irmos pro lugar da nossa própria tomada. Isso é essencial na vida de um professor de Kundalini Yoga. A nossa luz não pode depender de nada, nem de ninguém.
Essa história me leva a crer que existe um elemento que ajuda demais nisso, que vem do Guru Nanak. Ok. Temos que nos plugar em nós mesmos para nossa luz persistir. Mas para isso necessitamos de duas condições. A primeira é o vazio. Não existe filamento que se acenda se não houver vácuo. E a segunda é que algo tem que ser mais importante do que nós. Se algo for muito mais importante do que nós permaneceremos iluminados, porque alguém, algo, precisa dessa luz. É a história do serviço.
A primeira condição é consciência e a segunda é seva. Para acessar a consciência, temos que estar no vazio do presente momento. É maravilhoso, porque quando caímos nesse momento presente vamos para o nosso espaço sagrado. No espaço sagrado não tem tempo nem espaço. Não existe passado, presente e futuro. Simplesmente fluímos. Mas fora do espaço sagrado, na densidade, existe passado, presente e futuro.
Portanto, nesses tempos, lembrem-se de ver se estão com o seu fio na tomada de alguém. Por favor tirem e coloquem na sua própria tomada. Criem as condições para poderem acender a sua própria luz, que é esvaziar e servir. Senão, juntaremos as mãos com uma horda perdida, enlouquecida. Onde está o próximo em quem vamos plugar? Qual é a próxima condição que vão nos oferecer para plugar? Enfiem esse fio no próprio botão – como diria o meu pai –, porque eles estão buscando o botão de alguém!
O mantra Ardaas Bhae é para termos uma condição mínima de segurança para nos lembrar de nos auto-plugar. Esse poema é escrito em um momento de grande desespero cultural, onde todas as condições de existência de uma vida digna são removidas. Aí as pessoas se juntam e decidem cantar para sustentar uma luz mínima, para que as condições de vida possam ser restauradas. Esse é o momento ideal para nos lembrarmos disso. Temos um trabalho, temos pessoas e um legado para cuidar. Há pessoas para confortarmos com esse coronavírus, e temos que nos confortar também.
Meditação: Ardas Bhae
May the long time sun shine upon you....”
[Transcrição: Himat Sevak Singh]
[Edição: Nav Amrita Kaur]
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