[GSK] Projeção e emanação
Aula ministrada por Gurusangat Kaur Khalsa no dia 1º de novembro de 2019
[GSK abre a aula]
Começaremos a trabalhar com o livro “Rebirthing”, do Yogi Bhajan. Mas não é nada que esse nome sugere. Sua definição para renascimento traz a ideia de limpeza do subconsciente, a “despensa da miséria”. Nesse livro ele também define religião. Ele diz: “Religião não é nada mais que um realismo puro de autorreconhecimento e da própria experiência” – que ele chama, em última instância, de Deus.
Religar, para a experiência do Yoga, tem como pressuposto restabelecer a relação com os dois corpos que tanto trabalhamos durante esse ano – o corpo 1 e o corpo 2. O estado de projeção pode ser tanto a partir do triângulo inferior, a defesa animal, quanto do triângulo superior, a defesa angelical, que é o corpo radiante. Tudo isso são projeções. Elas podem vir do corpo 1 ou do corpo 2.
O outro estado, que chamamos de emanação, acontece quando não temos que fazer nenhum esforço de projetar. Simplesmente estamos, simplesmente somos. É o que se trabalha em Sat Nam Rasayan. Esse estado é aquele que tem a ver com o realismo puro, com esse autorreconhecimento e essa auto experiência. Se Yogi Bhajan está definindo Deus como um realismo puro, então ele não poderá ser experimentado em um corpo com bloqueios do subconsciente.
Não existe nada mais perigoso do que nos ancorarmos no triângulo inferior e dizermos que estamos vivendo uma experiência espiritual. Conhecemos muitos charmosos manipuladores que fazem isso. Integram a experiência do realismo puro numa casa impura, com o subconsciente impuro, o que resulta em um problema sério. A emanação de um ser humano que vibra dessa maneira, ou que se constitui dessa maneira, atrai outras pessoas que precisam resolver, ganhar ou pagar alguma coisa ali.
Emanação não é projeção. A emanação é um estado de completo reconhecimento de que aquilo é. E a única maneira que temos de nos libertarmos desse tipo de atração que é a emanação do triângulo inferior com a concepção de que estamos divinos, é também aprendermos a emanar. Essa emanação ocorre quando já integramos valores éticos e de tal forma vivemos o que tem que ser vivido. De tal maneira já somos aquilo, que não precisamos projetar. Emanamos.
A emanação repele frequências de outras ordens. Quando projetamos, julgamos. Estado de emanação é um recurso que o ser humano usa para poder se defender se recolhendo ou, às vezes, se desviando, sem que tenha que haver julgamento. Sem ter que se distinguir tanto do outro pensando: “Eu sou bom, aquele outro é ruim”. Estado de emanação é um estado natural de proteção, sem julgamento.
Kriya: House cleaning 2, do Manual Rebirthing
Meditação com Mool Mantra
O medo é uma energia que nos recolhe, que impede o estado de emanação. Quanto mais contraídos, mais no nosso modo de defesa estaremos, vibrando e projetando a partir do triângulo inferior. Não existe emanação com medo.
Guru Nanak nos deu o primeiro antídoto para o medo, o Mool Mantra. Ele explica para a nossa consciência que só existe uma coisa que cria tudo, e que somos todos parte dessa coisa. Não precisamos imaginar que somos melhores ou piores que os outros. Mesmo a pior coisa da nossa vida é parte disso que cria. Não adianta ficarmos nos projetando no mundo com as emoções do triângulo inferior, como vingança ou raiva. É muito melhor para nós aprendermos a fluir num estado onde temos compaixão por essas coisas todas.
Por isso, lembremos do Jaap. Foi assim em tempos memoriais, é assim agora, e assim será. Lembremos do shabad Re Man, que fala que a vida é como uma roda e que dessa roda são expelidos anjos e demônios. Esse shabad nos tira um pouco da aflição e do medo de que não vamos sobreviver, de que tudo vai se perder. Quando estamos no medo ficamos encolhidos e projetamos o nosso pior. Quando liberamos o medo, nos tornamos maiores e podemos colocar dentro de nós a experiência da emanação.
“May the long time sun shine upon you....”
[Transcrição: Karamjeet Kaur]
[Edição: Nav Amrita Kaur]
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