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[GSK] Os três altares

por Gurusangat Kaur Khalsa

Estou assentada na aeronave que me levará para casa. Estou saindo de Brasília, onde tivemos o primeiro final de semana de curso de formação. Nestes dias, como não poderia ser diferente, o trabalho foi intenso, cheio de revelações e de muita reverência. Foi introduzido a eles a origem do Kundalini Yoga e sua relação com a Tradição do Sikh Dharma.


Um dos momentos mais importantes deste primeiro encontro é o trabalho com nossos altares. Este artigo é sobre isso.


Na evolução de nossa consciência, o que passa necessariamente pela maturação de nossa natureza emocional, somos levados a criar e guardar três altares. Estes altares são estações de repouso, de instrução e de bênçãos que amparam a jornada de nossa alma em direção ao seu contrato ao encarnar.


Nosso compromisso evolutivo vai muito além da nossa sobrevivência enquanto seres humanos. Apenas quando entendermos que faz parte da trajetória da nossa maturidade espiritual utilizarmos ao máximo o potencial inerente à condição humana é que poderemos dizer que estamos, de fato, evoluindo. Evoluir, no sentido humano do termo, não é só alfinetar no mapa do tempo e do espaço a nossa existência. Evoluir implica deixar um legado. Deixar algo que servirá de base e substrato para novas experiências no futuro, poupando ao futuro vagar por regiões antes habitadas por nós na busca de algo que ajude a decifrar o complexo emaranhado da realidade.


Sobreviver é uma forma rudimentar da existência. No Kundalini Yoga, buscamos inspirar nosso aluno a viver formas sofisticadas de existir.


O enredo da vida na sua condição rudimentar se desenrola em torno da satisfação imediata de nossas necessidades emocionais. Ao deixarmos a infância para trás, continuamos a reproduzir suas dinâmicas no mundo adulto e revelamos para todos a precariedade de nossa maturidade emocional e o vazio de nossa identidade espiritual.


A existência sofisticada de viver é melhor compreendida e vivida se ensinada na infância.

Para este estilo de vida, o ensinamento mais importante de todos, diria eu a lição essencial, é saber lidar com as frustrações. Na vida plena, nós baseamos nossa história na realização das tarefas que são mais nobres e necessárias para nosso destino, mesmo que implique em insatisfação, dor ou desconforto.


No curso de Formação de Kundalini Yoga, ensinamos aos adultos fazerem o que os educadores e pais não conseguiram no passado e, assim, damos uma esperança de que eles possam ainda amadurecer, compreender suas demandas emocionais, distinguir birras das necessidade genuínas da alma e da psique, e se comprometer com o processo de se tornarem seres humanos sofisticados.


O altar é uma metáfora muito importante neste começo. Por ser sagrado, puro e, sobretudo, neutro, jamais somos julgados em nosso altar. O altar é o local que seremos sempre recebidos, ouvidos e cuidados. Estes três altares podem nos ajudar a alocar nossa energia, planejar nossa viagem e atravessar as tormentas das nossas emoções para que, finalmente, tudo isso se destile, e esse material possa ser usado na construção de uma identidade madura e livre.


O Primeiro Altar: Eu para mim mesma. O que eu significo para mim?

O Segundo Altar: Eu para o mundo. O que eu significo para o mundo?

O Terceiro Altar: Eu para o cosmos. Como realizar meu contrato de alma?


No próximo artigo discutiremos mais a fundo o Primeiro Altar. Até lá e fique ligado n'A Voz da Sangat!

Wahe Guru, Sat Nam.


Belo Horizonte, 26 de junho de 2014.

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