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[GSK] Nutrindo a intuição

Aula ministrada por Gurusangat Kaur Khalsa em 8 de junho de 2018


[GSK abre a aula]


Dando continuidade ao nosso tema, hoje faremos um trabalho na pineal e na hipófise com o objetivo de aumentar a intuição. Quero abordar a intuição na perspectiva dármica, porque sei que vocês já ouviram esta frase, que a intuição não é um tipo de adivinhação. Quero entender a intuição do ponto de vista neurológico. Nós, seres humanos, não duvidamos de que um animal tenha instinto. Duvidamos? Isso já está tão entranhado na nossa cognição, que para nós é um fato normal, natural, dizer que um animal tem instinto. Pergunto para vocês: qual o órgão do animal que promove o seu instinto? Tem uma estrutura cerebral, o sistema límbico, o cérebro emocional, que manda uma informação, medo, risco, mas tem algum lugar em que brota essa inteligência instintiva? Não é a pele. Os pelos só recebem o estímulo para que o animal saiba o que está acontecendo no meio.


O instinto é uma atitude do animal baseada numa experiência que ele tem de captar uma informação do meio. Tá certo? Processar dentro dele e retornar como uma reação instintiva. Ninguém duvida que o animal tenha instinto. Não existe um órgão no animal responsável por isso. E por que duvidamos tanto da nossa intuição? Por que, pelo fato de termos um órgão que emite o impulso intuitivo, acreditamos que ela não existe? Vocês entendem a mudança que a gente tem de fazer? O tanto que precisamos introjetar, através da experiência com a intuição, o fato de ela ser natural, como é o instinto do animal. É claro que a nossa intuição também vem de um sistema de captação da informação do meio, exatamente como o animal – os animais usam os órgãos de sentido e os pelos para captar informações do meio.


A mesma coisa com acontece conosco. Nós usamos os cabelos, os nossos pelos, que são muito menores que dos animais. Temos um sistema para processar informações que estão no meio, não necessariamente informações visuais, um sistema muito mais avançado que dos animais, que é o sistema líbico. Por isso que os animais precisam de antenas muito maiores do que nós. Temos um sistema mais sofisticado que pressupõe não precisarmos de tantos pelos, pois nosso alcance da informação é muito maior. Esse nosso sistema que se projeta no espaço para ir atrás de informação é o maior escudo protetor que um ser vivo já teve, que se chama Corpo Radiante. Ele é esse sistema que vai longe para captar – e não precisamos de tantos pelos. Nós ainda, seres humanos, não tomamos nossa intuição. Será que estamos esperando alguém nos dizer: "seres humanos têm intuição, nossa que gracinha!"?


A aula de hoje é para fazer nosso corpo se lembrar naturalmente que a intuição pertence a nossa estrutura neuro-hormonal e projetiva. Tem duas estruturas no nosso cérebro que cuidam de nós desta maneira. Uma é a hipófise, que cuida do nosso finito, porque ela é chamada a glândula mestre e cuida de toda a estrutura física. A segunda é uma estrutura que está logo acima e atrás da hipófise. A pineal, que cuida do nosso infinito. Ela não tem irrigação sanguínea muito intensa e funciona por influência da hipófise. Quando a hipófise começa a secretar muito, ela cria um campo eletromagnético de secreção que estimula a pineal a secretar. A pineal produz dois tipos de hormônio que nos faz sairmos de nós, um faz vivermos além de nós e o outro nos faz morrer. O hormônio que nos faz vivermos além de nós é a serotonina. É ela que nos dá o estímulo de viver além de nós. E a melatonina faz a gente morrer, recolher no nosso infinito. Melatonina vem de melancolia, ou vice-versa, aquela que nos desliga.


Hoje vamos trabalhar esse campo, em que a hipófise influencia a pineal. Vamos sair do controle físico para cairmos no controle extrafísico da nossa identidade. E toda vez que a gente for para o campo extrafísico, estaremos no campo da nossa intuição.


O que nos faz estarmos mais ou menos intuitivo? Há pessoas mais intuitivas que outras? Sim. Todas as vezes que estamos produzindo emoções que causam contração, como o medo, a raiva, a insegurança, saímos do nosso campo intuitivo, porque saímos do Corpo Radiante. Todas as vezes em que temos contração, não temos intuição. Toda vez em que a contraímos, estamos respondendo ao meio com o instinto. E todas as vezes em que temos emoções que expandem, temos a intuição. São emoções como compaixão, solidariedade, empatia – não gosto de falar amor, porque não explica nada, mas o amor está lá. Amor é tudo isso. Tem a ver com a expansão ou não do nosso corpo radiante.


Temos dez corpos, nove deles existem para colocarmos o mundo para dentro, um deles existe colocarmos o mundo para fora, e esse corpo é o corpo radiante. O corpo radiante nos coloca para fora mapeando tudo. E trabalhos que estimulam o corpo radiante são todos que trabalham os braços. Mas hoje vamos fazer um trabalho indireto, porque vamos trabalhar numa tal sela do cavalo turco, ou seja, a sela túrcica. E a amazona que se assenta nessa sela é a glândula hipófise. O Siri Guru Granth Sahib tem uma passagem que explica por que temos um osso em forma de sela, e na anatomia ele é chamado de sela do cavalo turco. Porque sabemos pela história que os povos que mais tiveram cavalos que faziam a diferença foram os turcos. Quando eles apareciam em seus cavalos, os que estavam assentados nas selas dominavam o mundo. Todos tinham medo de os Otomanos chegarem com seus cavalos turcos dominando o mundo. Siri Guru Granth Sahib diz: "aquele que se assentar sobre uma sela de um cavalo turco domina o mundo". A glândula que se assenta na nossa sela do cavalo turco é a hipófise, e ela domina nosso mundo físico. E ela influencia o mundo não físico.


Kriya: Torne-se intuitivo, do manual Reaching me in me


Raiva é um sentimento curioso, porque pode ser uma emoção que encolhe ou que expande. Medo, por exemplo, só encolhe. Já a raiva pode expandir porque ela produz muita força, às vezes uma força sobre-humana, que pode ir além de nós mesmo. Em uma aula do manual do Nível 2 do módulo de Estresse e Vitalidade, o Yogi Bhajan fala para a Guru Amrit que uma coisa é expressar raiva; outra coisa é sentir a raiva. Ele quer dizer que quando você faz um comando forte, sem dúvida e que aparentemente é visto como um comando raivoso, na verdade é de força, de projeção de força. Quando você sente raiva, ela te encolhe, te contrai. Quando você usa a raiva para ir para o triângulo superior, ela te expande.


Meditação: Cotovelos dobrados, as mão perto dos ombros com as palmas voltadas para fora. O dedo de Júpiter esticado para cima que corresponde à parte do nosso cérebro capaz de lidar com situações desafiadoras ou muito humilhantes, o máximo de confronto, com bastante cautela. É o lobo frontal. É muito importante nessa meditação escutar a sua respiração. Yogi Bhajan pede para que identifiquemos o som do Har. Quando a gente identifica esse som e ele começa a tocar inteiramente em nós, os registros de raiva são transformados em ação intuitiva. Essa é uma meditação muito poderosa, que organiza todos os tatwas, e, principalmente, põe o tatwa éter a serviço de todos os outros, para haver transformação. Esse tipo de pranayama libera demais o diafragma, que muitas vezes fica preso por conta de sentimentos que encolhem. Os olhos fechados permitem que seu hipocampo desabitue-se de antigos padrões de defesa. Yogi Bhajan diz que essa meditação nos devolve o estado de inocência que tínhamos quando crianças, que é o estado mais importante para a intuição. Essa meditação promove uma limpeza dos registros de raiva sem fazer com que a pessoa entre num espécie de transe. Ela pode ser feita como uma sadhana.


Aluna: você poderia fazer uma relação entre intuição e psicanálise?


A psicanálise não permite o estudo da intuição porque, para a psicanálise, a intuição é um modo quase histérico. É muito difícil tentarmos dar um tom espiritual para a psicanálise, a não ser que tomemos, por exemplo, um desertor da psicanálise, como o Jung. Mas um paralelo direto entre psicanálise e intuição eu diria que não tem.


May the long time sun shine upon you...


[Transcrição: Sada Ram Kaur]

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