[GSK] Fortalecimento do sistema imune
Aula ministrada por Gurusangat Kaur Khalsa em 20 de março de 2020
[GSK abre a aula]
A aula de hoje se processa em dois tempos, serão duas aulas. Faremos uma limpeza de determinadas regiões de memória, principalmente aquelas relacionadas ao hipocampo. Essa é uma relação de memória que se constrói baseada no agora e naquilo que passou. Basicamente, é uma memória de defesa. Nos mobiliza para um estado de alerta.
Nesse estado de alerta, saímos do modo de crescimento e entramos no modo de defesa. Assim, temos menos possibilidades de olhar para o futuro buscando luz. Isso é bom, por um lado, porque nos torna mais aptos a reagir em nome da nossa defesa. Seria muito bom se fosse como nos primórdios e essa defesa se manifestasse apenas diante de um risco físico muito eminente e súbito. Mas se o nosso inimigo não é físico e tampouco é o nosso corpo físico que está sendo imediatamente atacado, ela se torna ruim. Quando entramos no modo de defesa, o primeiro sistema que se desliga é o imunológico. Mas também outros, como o sistema de crescimento.
Hoje estamos numa situação mundial muito complexa. Sofremos um ataque que tem sutilezas, um ataque especialmente imunológico. Estamos sendo atacados por uma pandemia viral e precisamos do nosso sistema imune funcionando bem. E estamos sendo atacados emocionalmente. Sobretudo nós, da comunidade do Kundalini Yoga, porque as bases do nosso sistema estão sob risco. Nunca imaginamos que passaríamos por isto que estamos passando.
O componente emocional faz com que o nosso cérebro trave numa região, que é a de buscar um estado de não crescimento para que possamos nos defender. Isso é justamente o contrário do que precisamos. Como professores de Kundalini Yoga, fundamentalmente, precisamos buscar um estado capaz de romper com nosso confinamento para que possamos projetar mais vigor e esperança. E para que possamos sair do modo de defesa e acessar o modo de crescimento, onde nosso sistema imunológico começa a responder aos ataques do meio.
É uma situação complexa, pois realmente se trata de um ataque a nossa pessoa e integridade física. Mas a necessidade dos tempos exige que não encontremos saída como a mulher ou o homem da caverna. Exige, antes de tudo, uma resposta que seja de grande capacidade de adaptação ao meio, para que não venhamos a sucumbir.
A aula de hoje nos ajuda a fazer um ajuste desse processamento emocional – em que insistimos em guardar memória de forma a nos defender ou atacar – para que comecemos a gravar memória no modo abrir caminhos rumo ao desconhecido e, dessa forma, possamos atravessar zonas desconhecidas com esperança, podendo ainda carregar muitos tantos.
Kriya: Cleaning of the Mind, do manual Rebirthing
Gostaria de compartilhar algumas recomendações yoguicas para tempos como esses que estamos vivendo, que estão especialmente relacionadas com o sistema imunológico. São algumas dicas do instituto SuperHealth, do Kundalini Yoga, para a temporada de gripe.
A primeira dica é que qualquer Pranayama é bom para períodos de gripes. Mas o Sol Interno, 3 minutos por dia, mantém os vírus longe.
A segunda é uma receita antiviral: colocar na água uma mão cheia de cravos e deixar em repouso durante a noite. Na manhã seguinte, após escovar os dentes, fazer um bochecho com essa água e, em seguida, engolir. Os yogis já diziam que os vírus não gostam de calor. É recomendado tomar goles de água quente várias vezes ao dia, durante vários dias, para proteger a região da orofaringe. Também é importante lubrificar as narinas com óleo de amêndoas ou de coco, usando o dedo mínimo devidamente higienizado.
Outra dica é preparar um suco com uma combinação de uvas, maçã e aipo. Bater tudo isso e tomar essa mistura de gosto muito ruim, mas que é ótima para dar um choque no sistema imunológico e melhorar a função digestiva, que tem relação direta com a resposta imunológica. Relaxar o sistema nervoso, que também tem grande importância para o sistema imunológico. A última dica é dormir bem.
[Aluna] Se realmente estamos em quarentena, podemos sair para dar uma caminhada na cidade?
[GSK] Até alguns dias atrás isso era possível, mas agora não é mais recomendado. Em Belo Horizonte e algumas outras cidades, onde já temos esse vírus disseminado, não é mais garantido. Muitas cidades estão fechando os parques.
Nossa situação aqui é difícil, diante da falta de inteligência política e social do presidente, que dificulta a adoção das medidas corretas. Temos um ministro da saúde que está tentando navegar contra a maré e fazer as coisas certas, com muita dificuldade. Em menos de 24h, devido à curva exponencial, o número de contaminados aumentou muito. Isso é sério e precisamos realmente nos recolher.
Recomendo fazerem pique no lugar. Se têm esteira, aproveitem. Ou façam alguma outra coisa. Mas não saiam. O que é bem chocante e nos deixa muito abalados é o fato de que no mês de abril começaremos a ter muitas mortes. Vamos nos ajudar e ajudar quem conhecemos a ficar em casa.
[Aluna] Tenho uma questão a respeito do que tem surgido em diversas redes sociais a respeito do uso da cloroquina, medicamento usado para o tratamento da malária e de algumas doenças autoimunes. Ela está sendo indicada, ainda sem comprovação científica, para o tratamento do coronavírus. Os pacientes acometidos com doenças autoimunes não estão encontrando o medicamento nas farmácias. Gostaria de saber se você tem conhecimento sobre o assunto ou poderia sugerir uma fonte confiável.
[GSK] Recentemente foi publicado um artigo no qual os autores investigam a combinação de drogas para prevenção do coronavírus. Não tem nada sacramentado, mas parece que esse estudo na China mostrou bons resultados com a combinação de determinadas drogas. Ainda estão investigando a segurança dessa modalidade de tratamento. A própria Organização Mundial de Saúde (OMS) não tem uma definição sobre esse assunto. Trata-se de uma virose desconhecida, ainda.
May the long time sun shine upon you....”
[Transcrição: Sher Angad Singh]
[Edição: Nav Amrita Kaur]
Comments