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[GSK] Dínamo para corpo prânico e amadurecimento emocional

Aula ministrada por Gurusangat Kaur Khalsa no dia 30 de outubro de 2015


[GSK abre a aula]


Nós hoje vamos fazer um kryia que tem a ver com a defesa imunológica. Escolhi esse kryia porque estamos passando por uma transição climática, e ela debilita a gente, mas também porque a defesa imunológica no Kundalini Yoga nunca começa no corpo físico. A defesa imunológica começa no corpo prânico, que tem uma relação muito direta com seu amadurecimento emocional.


Do ponto de vista ideal, se nós pudéssemos ser formatados num laboratório e saíssemos de lá prontos, a medida que nos tornaria muito bem temperados e aclimatados para a vida na Terra seria se nós saíssemos desse laboratório com a nossa identidade cultural ressonante com a nossa identidade espiritual. Estou falando de uma programação genética com a qual nós não teríamos problemas de assumir, de forma única, a ausência de distâncias entre a nossa identidade cultural e a nossa identidade espiritual.


Todos aqui tem na sua identidade espiritual o desejo grande de luta para que haja igualdade, justiça, nós queremos um mundo justo e cheio de oportunidades para todo mundo. Então, digamos que essa seja uma identidade espiritual forte nossa. Nós não viemos para sermos recluso ou nos excluírmos socialmente para termos uma paz de espírito. E é por isso que vocês fazem Kundalini Yoga. Se vocês tivessem outra forma de prática espiritual, vocês viriam com outro traço espiritual. Mas o Kundalini Yoga te prepara para entrar na vida cheio de fogo e cheio de entusiasmo. E aí você poderia ter nascido em qualquer cultura e em qualquer tempo, esse traço espiritual se manifestaria e você não o recusaria. Imagine então que você nasça numa comunidade de monges tibetanos, você nasce com o traço cultural de querer abraçar a vida e transformar a vida, mas você tem uma identidade cultural. Como você aproxima isso?


A identidade cultural, num laboratório, poderia ser trazida muito próxima da identidade espiritual. Isso acontece? Rarissimamente. Tem um jeito de isso acontecer. Na verdade, nós já nascemos com esses traços. No momento em que você escolhe a mãe, você está escolhendo uma identidade cultural. Mas, antes de você escolher a mãe, você já é alma – uma identidade espiritual. É certíssimo isso que o Yogi Bhajan diz: "você não tem uma alma. você é uma alma com uma identidade cultural". No momento em que você escolhe a mãe então, você agrega um espaço cultural à sua identidade espiritual, e ali começa uma jornada. E essa jornada vai ser cada vez mais a de testar se a sua identidade cultural e a sua identidade espiritual estão em ressonância ou não. O tempo todo. Mas a maioria de nós faz o que? Cada vez mais a identidade cultural e a espiritual se afastam. Não estou falando de identidade espiritual como professor vestindo paramentos. Não! Estou falando da identidade espiritual.


Uma das coisas que ajuda esse movimento de afastamento reverter é uma coisa muito básica chamada vibração da maturidade emocional. O pulso, ou o dínamo, que faz essa convergência, é a maturidade emocional. Quanto mais imaturo emocionalmente você for, mais a sua identidade espiritual se desagrega da sua identidade cultural. Esse elo que é a maturidade emocional, a base dele é o corpo prânico. E a base da sua defesa é o corpo prânico. Seja ela de cunho muito sutil, seja ela de cunho mais denso, como é, por exemplo, a sua defesa imunológica.


No próximo fim de semana do curso de formação, a Kirn Jot vai falar sobre prana e apana e tem uma pergunta que ela faz que é assim: "por que a respiração é o seu Guru?". A história é assim: o corpo prânico é a base do ajuste dessas duas identidades. No momento em que você amadurece emocionalmente, você começa a fazer uma coisa que é básica para que você ajuste essas duas identidades, que é: você aceita o desconhecido. É você não temer o desconhecido. Na respiração, você inspira para colocar o desconhecido dentro de você e você expira para colocar o conhecido para fora. Então, a respiração é um desconhecido e o conhecido o tempo todo. E como é que esse ajuste é feito? O que facilita essa maturidade emocional? É a gente aceitar o desconhecido. Mas até aí é uma tese plausível.


Uma das coisas que facilita a gente a amadurecer emocionalmente é a gente abrir mão de duas coisas: a primeira delas é a gente não querer ter razão – não importa quem tem razão. Numa disputa, você não luta para ter razão, você luta para ter clareza. A segunda coisa é você criar em você uma linha de ação que seja consistente com a sua vida. O que estou querendo dizer? Vou dar um exemplo: digamos que vocês sejam professores de Kundalini Yoga, vocês se expuseram a esses ensinamentos de forma consistente, vocês estão aplicando e estão dando esses ensinamentos para várias pessoas. Então vocês estão por aí distribuindo esses ensinamentos e vocês, enquanto grupo, estão abrangendo desde a maternidade à idade adulta. Vocês estão abrangendo toda a psique do desenvolvimento emocional dessa coisa chamada humanidade. Mas você mesmo não aplica os ensinamentos em você. Ou tem alguma coisa na sua vida com a qual você decide que é muito melhor fazer uma outra coisa. Quando você faz isso, quando você não vive os ensinamentos – em inglês a frase é "walk the talk" –, quando você não faz aquilo que você fala, você cria dentro da sua psique uma distância enorme entre essas duas identidades e você deixa de amadurecer emocionalmente. A pergunta é: por quê?


Porque todas as vezes em que vocês forem testados para amadurecer emocionalmente, e o teste do amadurecimento emocional se chama confronto, todas as vezes em que você for testado nessa disciplina, você tem uma escapatória, você foge da sua zona de conflito e entra numa zona de conforto.


Por isso que o Yogi Bhajan dizia que se você pegar uma coisa e fizer essa coisa para o mundo inteiro, para você e os seus filhos e para as geração futuras, não tem jeito de você não conhecer tudo. O conhecimento de tudo parte do pressuposto de você pegar uma parte do tudo e descer nela profundamente. Como diz um ditado indiano, todos os dedos das mãos são diferentes, mas quando você vai profundamente neles, eles todos caem num lugar que é comum. Quando a gente começa a escolher duas, três, "n" coisas, quando você começa a segregar para criar uma zona de conforto, ou por querer experimentar de tudo um pouco, vocês nunca vão descer na unidade das coisas. O amadurecimento emocional não teme aprofundar na base onde tudo nasce. Muitas vezes a gente teme aprofundar porque a gente acha que está perdendo aqui, aqui, aqui e aqui. Começou um confronto aqui, você pula pra lá. Começou um confronto ali, você pula pra cá. Esse samba te deixa na superfície das coisas e te deixa imaturo. A aula de hoje é um dínamo no nosso corpo prânico para que a gente possa ter essa força de aprofundar. E a palavra de convergência é: ganhar consistência. Consistência. Ninguém vai acreditar em você se você ensina uma coisa e faz outra. Ninguém acreditará em você. Escolham! Façam uma escolha! E deixem de ficar fazendo "gamble", parem de brincar com a sorte ou o azar. Escolham e se entreguem.


Uma das coisas maravilhosas dessa tecnologia do Kundalini Yoga é que ela é infalível. Se você for um bom canal, você vai atingir todo mundo e fazer sentido, mas você precisa atingir um sentido mais profundo para você mesmo.


Kryia: Manual de formação

Meditação: Treshula Tryia


May the long time sun shine


[Transcrição Hari Shabad Kaur Khalsa]

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