[GSK] Coração calmo e tough love
Aula da Gurusangat Kaur Khalsa do dia 10 de junho de 2016
[GSK abre a aula]
Nós vamos fazer uma aula que é para um coração aberto e calmo. Eu escolhi essa aula hoje durante a minha sadhana e, desde ontem nós criamos um campo que é o campo do que o Guru quer que eu fale amanhã, digamos assim; acho que é o modo mais honesto de eu colocar. O tema da palestra de amanhã é bastante interessante porque é uma reflexão sobre o que distingue o yogi nos dias atuais – não na reclusão da sua prática, mas na sua vida, no seu cotidiano social, político, cultural; o que distingue o yogi de um ser humano que não tem acesso aos ensinamentos; basicamente é isso. E o que fazer em determinadas situações para evitar uma armadilha do engajamento não contemplativo. E como fazer o contrário. O que fazer quando parece que não há nada a fazer, que é o que eu estou chamando de contemplação engajada.
Dentro dessa frequência, muitas coisas vão ser faladas, inclusive sobre um estilo de vida que parece muito correto, que é o estilo de vida daqueles engajados não contemplando a história, e que não poupa, não distingue ninguém, nem por ideologia, nem por modo de sentir o mundo, nem por títulos acadêmicos, não poupa, coloca tudo no mesmo saco, vegetarianos com não vegetarianos, veganos com não veganos, artistas com não artistas.
Então nós vamos estudar essa categoria do que a gente chama de engajamento não contemplativo. E o que distingue isso daquelas pessoas que contemplam de forma engajada. E aqui nessa categoria estão todos, inclusive aqueles que a gente menos espera. Ou podem estar todos, inclusive aqueles que a gente menos espera. Com isso, a gente abriu determinados limites. Amanhã nós não vamos cercear o nosso olhar para o mundo, para a nossa vida no mundo, com base naquilo que é aparentemente correto. Nós vamos olhar o mundo a partir de um olhar, e vamos atravessar determinadas fronteiras e olhar para a gente no mundo a partir daquilo que é necessariamente correto.
Então, por isso, é muito importante que a aula de hoje seja uma aula para um coração aberto. E um coração aberto não é um coração só sensível e que se compadece do mundo. Um coração aberto é um coração que realmente não bloqueia informações que vêm da base do nosso triângulo inferior e repercutem na gente com grande impacto: muita indignação, muita raiva, muito medo, muita impotência.
Vocês estão sentindo esse tipo de sentimento? São sentimentos ou que paralisam a gente por indignação ou por raiva, ou que mobilizam a gente por indignação ou raiva. Então se o coração não está aberto, esses sentimentos ficam aprisionados e geram um tipo de requerimento, requerem que a gente aja. E todas as vezes que a gente age com base nesse tipo de sentimentos, estamos agindo para o mal de todo mundo, inclusive o nosso. A gente adquire carma demais e gente não é efetivo.
Então o coração aberto possibilita que esses sentimentos subam e vão para a cabeça, e aí a gente tem uma chance de pensar essa circunstância em que estamos envolvidos – seja ela qual for – e dar a ela um sentido e aplicar nela um sentido. Vocês entendem a distinção? Se não houver o coração aberto, isso não tem condições de acontecer. Isso só tem condição de acontecer, porque nós estamos mobilizados a partir da compaixão. E compaixão não é comiseração. Compaixão é tough love, como diz a Pritpal. Tough love, a tradução em português não é muito boa, amor duro, mas em inglês é boa. Tá certo?
Então vocês estão prontos? Beleza.
Kriya para o coração calmo e aberto, do manual Self Knowledge.
May the long time sun shine upon you
[Transcrição Sada Ram Kaur]
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